Idosa de 92 anos faz questão de ir às urnas em Itaiópolis: “O voto é a única forma de mudar as coisas”

Idosa teve uma crise nervosa no último domingo (2) depois da família tentar convencê-la a não votar, por conta de sua saúde debilitada.

Foto: Divulgação

 

 

Mesmo sem obrigatoriedade do voto, a eleitora itaiopolense Konegundes Rogalski Andrzejewski, de 92 anos, gostaria de ter participado do primeiro turno das eleições no domingo (2). Por conta de sua saúde debilitada, a família tentou impedir que ela saísse de casa no dia da votação, o que ocasionou uma crise nervosa na idosa.

 

O caso foi compartilhado pelo neto, Everton Andrzejewski, em suas redes sociais, que tranquilizou amigos e o restante da família sobre o estado de saúde da avó. “Ela teve uma crise nervosa por não ter conseguido votar e precisou ser levada para o hospital pelo Corpo de Bombeiros. Mas felizmente, ela já está em casa e bem, foi só um susto”, afirma Everton, que foi criado pela avó desde criança.

 

Konegundes teve cinco filhos e é natural de Colônia São Pedro, em Itaiópolis. Segundo Everton, a avó sempre foi um exemplo de luta para a família, sustentando todos os filhos com a lâmina da enxada na agricultura e trabalhando como merendeira na Escola São João Batista. Ela atualmente, em função da idade, mora em casa, no Alto Paraguaçu, sob os cuidados dedicados de uma das filhas.

 

O neto conta que a avó nunca deixou de votar, nem mesmo durante a pandemia. “Ela acredita muito que o voto é a única forma de mudar as coisas. Infelizmente, por conta do estado de saúde e da crise nervosa que ela teve, esta foi a primeira vez em muito tempo que ela não conseguiu exercer esse direito. No domingo, ela lembrou de quando uma eleição em Santa Terezinha foi definida por um único voto e colocou na cabeça que seu voto faria a diferença, o que não deixa de ser verdade”, disse.

 

Ainda de acordo com o neto, a avó é um exemplo para as gerações mais jovens e para o exercício da democracia. “Muitas pessoas deixaram de ir votar este ano, por vários motivos, ou anularam seus votos. É de certa forma, um desrespeito a todas as pessoas que lutaram no passado para termos este direito e que hoje querem fazer a diferença em nosso país”, pontua.

 

Para o segundo turno das eleições, que acontece no dia 30, a família já aprendeu a lição e vai deixar Konegundes ir às urnas. Ele é votante na Escola São João Batista, onde era funcionária. “Como já vimos que impedir é pior, se Deus quiser, desta vez ela estará lá para votar e fazer a sua parte”, concluiu Everton.