Um mês após assalto, família de vigilante baleado em agência bancária pede ajuda

Vladimir Fernandes Caldas perdeu os movimentos de um lado do corpo, após ser baleado no dia 14 de novembro em Mafra.

Foto: Divulgação

 

 

A tentativa de assalto à agência bancária do Sicoob Crediplanalto, no Centro de Mafra, mudou para sempre a vida do vigilante Vladimir Fernando Fernandes Caldas, de 48 anos. O caso foi registrado no dia 14 de novembro deste ano, quando um casal e um menor de idade invadiram a agência e anunciaram o assalto.

 

Durante a ação dos criminosos, o vigilante foi baleado pelo menor, que conseguiu entrar armado na agência, se utilizando de uma cadeira de rodas para burlar o sistema de segurança do banco.

 

A bala atingiu o pescoço de Vladimir e se alojou em uma das vértebras da coluna cervical, próximo da medula espinhal. Após a captura dos criminosos, o vigilante foi levado ao Hospital São Vicente de Paulo, onde passou por uma cirurgia e ficou 4 dias internado na UTI e três dias na enfermaria.

 

Segundo a irmã de Vladimir, Valquíria Caldas, o vigilante ficou com o lado esquerdo do corpo paralisado e necessita de acompanhamento fisioterápico três vezes por semana para recuperar os movimentos.

 

Em casa, o vigilante tem dois cuidadores e também conta com a ajuda da ex-esposa e dos demais familiares. “Ele consegue falar e mexer o lado direito do corpo, mas está utilizando uma cadeira de rodas para se locomover e tem dificuldade para tomar banho, se alimentar e fazer outras atividades”, conta a irmã.

 

Vladimir mora no Imbuial, é divorciado e tem três filhas. Ele começou a trabalhar como vigilante em 2009 e passou 13 anos atuando na área. Antes disso, foi cabo do Exército durante 9 anos.

 

Segundo Valquíria, o irmão sempre gostou de ajudar os outros. “Ele sempre fazia trabalhos sociais nos hospitais e até se fantasiava de Batman para visitar as crianças. É uma pessoa de bom coração e que agora, mais do que nunca, se tornou um herói de verdade”, afirma a irmã.

 

Vigilante fazia trabalhos sociais em hospitais e até se fantasiava de Batman para visitar as crianças.

 

Ela conta que soube da notícia do assalto pela internet e ficou extremamente aflita quando descobriu que o vigilante baleado era seu irmão. “Eu estava no trabalho e foi um choque muito grande. Fui pega de surpresa com tanta brutalidade, mas desde o início, eu e o restante da família tivemos a certeza de que Deus guardaria a vida dele. Foi nisso que nos apegamos, na fé e na oração”, pontua.

 

Ainda de acordo com Valquíria, o irmão lembra de todos os detalhes do assalto, fato que o deixou extremamente abalado emocionalmente. “Ele lembra de tudo, desde o tiro até o momento que foi desentubado. Quando acordou, ele disse que iria melhorar e voltar para casa. E isso só foi possível graças aos médicos e enfermeiros do Hospital São Vicente de Paulo que cuidaram muito bem dele”, disse.

 

 

Vaquinha

A família de Vladimir criou uma vaquinha online para ajudar o vigilante a concluir as fisioterapias e custear despesas com cuidadores, medicamentos e acompanhamento psicológico.

 

“O Vladimir precisa de assistência 24 horas por dia, mas por enquanto, a empresa de segurança ainda não se pronunciou de forma objetiva sobre alguma forma de apoio ao tratamento dele. Impedido de trabalhar, ele necessita de ajuda para manter os custos com exames, alimentação, fisioterapia, medicamentos e demais cuidados. Enquanto o caso com a empresa está sendo resolvido e o pedido de direitos básicos e dos seguros de vida estão se desenrolando, decidimos criar uma vaquinha solidária para ajudá-lo”, destaca a irmã.

 

Para a família, Vladimir colocou sua vida em risco para evitar que algo pior acontecesse. “Queremos que as pessoas saibam que não foi uma coisa banal, mas um crime brutal e que deixou toda nossa família abalada. Ele se arriscou pelo bem de todos que estavam na agência, impedindo que houvessem mais vítimas e que algo pior acontecesse”, concluiu a irmã.

 

Para acessar o link da vaquinha e fazer uma doação, clique aqui.