Urologista esclarece dúvidas sobre diagnóstico e tratamento do câncer de próstata

Chance de cura é maior quando o diagnóstico ocorre precocemente. Exames são indicados a partir dos 50 anos para a maioria dos homens.

 

 

Por ser bastante prevalente, o câncer de próstata é um dos tumores mais comuns em homens, depois do câncer de pele. Dados apontam que um a cada seis homens pode desenvolver a doença no decorrer de suas vidas. Já o risco de morte é de um a cada 36 homens.

 

Segundo o médico urologista, Carlos Eduardo Santin, a chance de cura é grande, se a doença for diagnosticada precocemente.

 

“Muitos pacientes acreditam que precisam procurar o urologista a partir dos 40 anos, mas esta ideia mudou nos últimos anos. Como a prevalência do câncer nessa idade é menor, o recomendado agora é iniciar os exames a partir dos 50. Caso o paciente tenha algum fator de risco, deve iniciar o acompanhamento pelo menos 5 anos antes, aos 45”, explica.

 

Pacientes com parentes, principalmente de primeiro grau, que tiveram câncer de próstata, se enquadram no principal fator de risco: o histórico familiar. Além disso, pessoas da raça negra, por conta de uma questão genética, também são mais propensos a desenvolver a doença.

 

Outros fatores como sedentarismo e obesidade também podem estar associados ao câncer de próstata, embora manter uma alimentação saudável e uma rotina de exercícios, não previna necessariamente o surgimento da doença.

 

Segundo Carlos, não existe fórmula mágica para se prevenir contra o câncer de próstata, mas é possível diagnosticá-lo precocemente, realizando os exames e avaliações, a partir da idade indicada para cada caso.

 

O médico explica que o câncer de próstata é silencioso e costuma apresentar os primeiros sintomas quando já está em estágio avançado. “Eu não posso esperar um sintoma para procurar o médico. Este é um dos motivos pelo qual estipulamos uma idade para iniciar os exames. Se eu for esperar o câncer de próstata evoluir e apresentar sintomas, na grande maioria das vezes, o câncer já estará em estágio metastático”, alerta.

 

De acordo com Carlos, o câncer de próstata tem um desenvolvimento muito lento e pode levar anos para evoluir. Logo, se o paciente realizar as avaliações anualmente, tende a diagnosticar o tumor ainda no estágio inicial. “Mesmo que eu faça o exame uma vez por ano, este câncer leva em média 15 anos para evoluir e chegar em um estágio avançado, o que facilita a descoberta precoce. Agora, se eu não fizer o exame, uma hora a conta chega e a doença fica muito mais agressiva, diminuindo drasticamente as chances de cura”, pontua.

 

Atualmente, o principal empecilho para a baixa aderência aos exames preventivos é o preconceito. “O exame de toque ainda é um dilema para muitos homens, mas ele é essencial para o diagnóstico da doença, pois é mais eficaz que o exame de sangue, o chamado PSA. O toque é um exame simples e rápido. As pessoas precisam descontruir esta questão da masculinidade e entender que o procedimento é um exame como qualquer outro e que o que está em jogo é sempre a saúde do paciente”, afirma.

 

Em casos de diagnóstico, o tratamento do câncer de próstata pode envolver cirurgia, radioterapia, braquiterapia, uso de medicina nuclear e diversos outros procedimentos. “As técnicas utilizadas para o tratamento são inúmeras e geralmente são definidas em comum acordo com o médico, o paciente e familiares próximos, considerando o tipo de tumor e sua gravidade. Atualmente, com o avanço da medicina e com o diagnóstico inicial, a cura é possível em quase 95% dos casos”, concluiu o médico.