Quem foram os heróis rionegrenses da Segunda Guerra?

Aracy Guimarães Rosa emitiu vistos para judeus perseguidos imigrarem ao Brasil, enquanto Max Wolff Filho foi um dos principais combatentes da Força Expedicionária Brasileira durante a guerra.

Fotos: Divulgação

 

 

Rio Negro teve dois grandes nomes que são considerados heróis brasileiros durante a Segunda Guerra Mundial.

 

Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa

 

 

O primeiro nome é o de Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa. Ela nasceu em Rio Negro em 1908 e ficou conhecida como “Anjo de Hamburgo”.

 

Aracy se mudou para São Paulo com a família e casou-se com o poetar e diplomata João Guimarães Rosa.

 

Em 1938, durante a Segunda Guerra, Aracy passou a emitir vistos para os judeus perseguidos imigrarem ao Brasil. Inclusive, documentos divulgados recentemente, mostram que ela e o marido tinham sido espionados pela Gestapo, polícia secreta da Alemanha, por posições antinazistas.

 

Após a guerra, Aracy foi homenageada pelos Museus do Holocausto de Jerusalém e de Washington. A rionegrense tem tal importância na memória do povo judeu, que seu nome tem sido colocado ao lado de pessoas como Oskar Schindler, cujas ações na 2ª Guerra inspiraram o premiado filme A Lista de Schindler, e Raoul Wallenberg, diplomata que também se destacou por salvar a vida de cidadãos de ascendência hebraica.

 

Hoje, ela dá nome à Biblioteca Cidadã do bairro Volta Grande, em Rio Negro. Aracy viveu em São Paulo até os 102 anos e morreu em 3 de março de 2011.

 

Suas ações humanitárias foram detalhadas no livro “Justa”, referência ao título de “Justa entre as Nações”, escrito por Monica Schpun. Também foi protagonista do documentário “Esse Viver Ninguém me Tira”, do diretor Caco Ciocler, produzido em 2014; e mais recentemente teve sua história retratada na minissérie “Passaporte para a Liberdade”, produzida pela TV Globo em parceria com a Sony Pictures Television (SPT).

 

Max Wolff Filho

 

O segundo herói rionegrense é o sargento Max Wolff Filho, um grande combatente da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.

 

Max nasceu em Rio Negro no dia 29 de julho de 1911. Antes de ingressar na vida militar, foi auxiliar na torrefação de café de seu pai e escriturário numa companhia que explorava a navegação do rio Iguaçu.

 

Atendendo ao chamado da pátria, alistou-se voluntariamente para compor a Força Expedicionária Brasileira (FEB), criada para lutar nos campos de batalha da Europa.

 

Em 12 de abril de 1945, em Biscaia, região de Montese, foi atingido por rajadas de metralhadora pelos alemães, deixando um legado de heroísmo e registrando seu nome na história. Seus restos mortais repousam no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, na cidade do Rio de Janeiro.