Rio Negro: 152 anos de história, cultura e tradição

A proximidade com Santa Catarina e a imigração alemã são fortes marcas de Rio Negro.

Foto: Robson Komochena

 

 

Alegrias, esperanças e lutas constituem a trajetória de Rio Negro que celebra na terça-feira (15), 152 anos de emancipação política.

 

A imigração alemã é uma forte marca do município, que foi um dos primeiros a receber povos germânicos no Paraná e é hoje, o único do Brasil a ter uma colônia de imigrantes alemães bucovinos.

 

A cidade deve muito do seu crescimento a estes povos. Através deles, Rio Negro gerou riqueza com cultivo e beneficiamento de tabaco e madeira, indústrias fortes e pecuária de corte e leiteira.

 

A história do município teve início a partir da construção da Estrada da Mata, que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul. Nos primórdios, a região era habitada por índios da ‘Tribo Xokleng’, também conhecidos como Botucudos. Na época, a tribo era muito temida em toda a região, principalmente pelos tropeiros que passavam pelo município, transportando mulas que eram levadas do Rio Grande do Sul para São Paulo.

 

Os tropeiros que por aqui passavam consideravam esta região a mais perigosa de todo o percurso. Segundo a história, muitos tropeiros foram vitimados por flechadas certeiras dos índios, que os consideravam invasores e queria defender seu território. Foi por este motivo que em 1807, João da Silva Machado (Barão de Antonina) pediu a D. João VI que enviasse alguns casais para formar povoações nos caminhos por onde a tropa passava.

 

Em 1816, D. João VI pediu ao governo da capitania de São Paulo que encaminhasse 50 casais de portugueses vindo da Ilha dos Açores.

 

Mas foi a partir de 1820, que a região se desenvolveu, com a construção da Estrada da Mata. Em 1828 o povoado contava com 180 moradores. Foi nesta fase que foi erguida a “Capela da Mata do Caminho do Sul”, hoje, Matriz Senhor Bom Jesus da Coluna, na região central da cidade.

 

Só em 1829 começaram a chegar os primeiros imigrantes europeus, vindos de Trier, na Alemanha. Neste período o local já se chamava Freguesia do Rio Negro. Com a chegada destes colonos vindos do sul da Alemanha, o povoado se tornou ainda maior e foi elevado à vila pela Lei Provincial nº 219, de 2 de abril de 1870, tendo como seu primeiro prefeito Joaquim Teixeira Sabóia, eleito em 1892.

 

A emancipação política se deu em 15 de novembro de 1870, com a posse da primeira Câmara de Vereadores. Três dias após instalado o município, foi aprovada a denominação de “Rua 15 de Novembro” a Rua do Portão Novo e assim surgia a primeira “Rua 15 de Novembro” do Brasil, surgida 19 anos antes da Proclamação da República que popularizou este nome.

 

O nome da cidade se dá em referência ao rio, chamado de rio Negro, devido à água escura que nele corre. Na época da nomeação da vila, antes da questão do Contestado, o rio cortava o município, que fazia limite com Curitibanos, na ocasião.

 

Atualmente, o município conta com população estimada com mais 34 mil pessoas e se destaca pela atividade industrial, pela educação e pelo turismo. Dentre os principais atrativos turísticos, estão a Praça João Pessoa, o Parque Ecoturístico São Luis de Tolosa, o Parque Ambiental do Sesc, a Paróquia Senhor Bom Jesus e as propriedades que compreendem a rota do turismo rural no interior.

 

Foto: Robson Komochena