A dura missão de Emerson Maas na Amplanorte

A falta de representatividade política e a rivalidade entre os municípios do Planalto Norte serão os principais desafios do novo presidente da entidade.

 

 

Uma das mais respeitadas associações de municípios catarinense, a Amplanorte, vive seu pior pesadelo. A entidade nunca viu tantos associados atrás das grades. Prefeitos como os de Canoinhas, Bela Vista do Toldo, Major Vieira e Papanduva foram denunciados pelo Ministério Público e experimentaram os dessabores de uma cela. A reputação da região que já não era das melhores, viu seu patrimônio moral despencar.

 

Agora, como presidente da Amplanorte, o prefeito Emerson Maas não tem apenas a missão de gerenciar o município do qual foi eleito, mas o desafio de impulsionar o desenvolvimento para as dez cidades que compõem a associação. Pelo menos essa é a missão da entidade.

 

Dos empecilhos, dois são gigantes, o primeiro e o mais difícil é a rivalidade que há entre os municípios. A guerra de braço entre Mafra e Canoinhas que o diga. Para ficar bom para um lado precisa tirar do outro. É a mentalidade da época do coronelismo que ainda sobrevive nesta região.

 

Vai ser preciso muito mais que lives e posts bonitinhos nas redes sociais. Precisamos fazer com que cada morador e seus representantes políticos de Bela Vista do Toldo, Canoinhas, Irineópolis, Itaiópolis, Mafra, Major Vieira, Monte Castelo, Papanduva, Porto União e Três Barras pensem como uma única e grande cidade. Pensar cada um por si, há décadas já se mostrou ineficiente.

 

O individualismo regional conseguiu gerar outro problema. Não temos representantes a altura das nossas demandas. Conseguimos eleger poucos aventureiros que passam por aqui a cada quatro anos, pedem seus votos, deixam uma ou outra emenda e ninguém nunca mais vê. Maas, que não apoiou o atual governador na última eleição, vai ter que driblar a situação, se é claro, quiser ter as portas abertas na capital.

 

O prefeito chegou a dizer que acredita no potencial de Jorginho Mello e que não vê motivos para não ter uma boa relação com o governador. Mas para que exista relação, ela precisa ser construída. Atualmente, o partido de Maas, o Podemos, tem três deputados eleitos na Alesc: Lucas Neves, Camilo Martins e Paulinha. Eles podem ser a ponte que o prefeito precisa para estreitar laços com Jorginho.

 

Em meio a tantas incertezas, uma coisa é certa. Sem representantes e sem apoio político, o Planalto Norte continuará carregando o estigma de região mais esquecida do Estado. Mais do que nunca, Maas terá a difícil missão de buscar fortes alianças e a união entre os municípios, pois só assim a região voltará a se desenvolver e recuperar seu prestígio.