Para seu bem, desconecte-se das redes sociais

O excesso de “conexão” já mudou nossa vida e onde iremos chegar?

Foto: Divulgação

 

 

Em 2023, o tema do Movimento Janeiro Branco não poderia ser outro: “A vida pede equilíbrio!”. E, olhando para o momento que vivemos, seja pelo pós-pandemia, as eleições, os excessos da suprema corte e até mesmo as incertezas deste novo governo e de como suas decisões vão afetar nossas vidas, não tem como não pedir equilíbrio.

 

E quando digo, que para seu bem, desconecte-se das redes sociais, não estou exagerando. Na verdade, é só um pedido de equilíbrio. O excesso de “conexão” já mudou nossa vida e onde iremos chegar? Só Deus o sabe. Mas uma coisa é certa, se não tivermos equilíbrio agora, o fim será desastroso.

 

Neste exato momento, que escrevo esse editorial, estou ouvindo minha playlist favorita, e acabei de trocar de música apenas com o comando da minha voz. Minha esposa está trabalhando remotamente e minha filha de oito anos assistindo TV por assinatura. Em comum, todos nós estamos conectados, cada um de sua maneira.

 

Entretanto, a mesma conexão que nos aproxima, facilita e resolve, também nos expõe, prejudica e cria traumas. As pessoas estão ultrapassando limites cada vez maiores e mais perigosos só por mais um clique, por mais acessos e por aqueles 15 minutos de fama. Se expõem ao ridículo, ao vexatório e à humilhação pública. Para quê?

 

Todos nós sabemos que não existe corpo perfeito. Ou é maquiagem ou edição de imagem – o famoso Photoshop. A vida real é muito diferente, tem barriga, olheiras, rugas e muitas outras “imperfeições”… Mas veja o desespero que o padrão de beleza das redes sociais impõe as mulheres. Centenas de dólares são investidos todos os dias na procura do melhor tratamento estético, na maioria das vezes nem nenhuma necessidade, a não ser pelo simples motivo de se sentir mais bela.

 

O que falar então dos crimes cibernéticos, das Fake News, dos cancelamentos e o assassinato de reputações. A bandidagem age sem medo, sem dó, como se não tivesse lei e ordem. Cada dia vem a público mais e mais relatos de golpes, estelionatos e as mais diferentes falcatruas. E os bandidos usam a fé, o amor, a inocência e até a ganância de suas vítimas.

 

Não há consenso no debate acadêmico sobre a liberdade de expressão e seus limites. Há relativo consenso, no entanto, em tempos de ódio disseminado como o que nós encontramos, que é urgente a reflexão coletiva sobre ponderações éticas.

 

É claro, não penso em boicote das redes sociais. Longe disso. Como já disse anteriormente, elas nos aproximam, facilitam o dia a dia e resolvem quase tudo num piscar de olhos. Só precisamos de mais equilíbrio minha gente, mais equilíbrio.